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quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje quero mesmo é...refletir.

ESCUTATÓRIA

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para ser ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.
Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.”

Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei já muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou”. Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.” E assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa, conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia e que, de tão linda, nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouvir no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.



Rubem Alves (educador, filósofo e escritor)

sexta-feira, 11 de março de 2011

E o carnaval foi assim

"...Vou cair na gandaia com a minha bateria..."
"...Hoje vou tomar um porre não me socorre, que eu tô feliz, laralara..."

Eu estava sim, animadérrima pro carnaval.
Louca pra mostrar ao Otto, os bloquinhos, a bagunças, as fantasias.
Mas logo descobri que, aqui na cidade, não tem matinê, daqueles de antigamente, que a gente ia pra curtir messssssmo.
Adorava ir a matinê dos pequenos, me divertia mais que nos bailes de carnaval.
Houveram alguns carnavais que, nós, aborrecentes, invadíamos a matinê, pra desespero das mães que iam levar os pequenos (na verdade pra cansá-los, risos), e acabavam saindo de lá mais cedo, porque a matinê era nossa, kkkkkk! Era mega divertido.
Mas, não encontrei nada que pudesse levar o Otto.

Mas, a nossa galera, que junta são mais de 20 pessoas, é animada pra caramba...pra comer e beber.
Então, passamos todo o carnaval nos reunindo na casa de um e do outro, fazendo rodízio de comidas e bebidas.
Aqui em casa: risoto de frutos do mar, camarão no espeto (isso, no espeto, vou postar a foto da churrasqueira de camarão do maridão)...
...cotinuando com peixe na brasa regado a cerveja, frangélico, refrigerante e sucos.
De sobremesa, café com chantili, bolo de capuccino com cobertura de calda ovomaltine.

Em outro dia, churrasco na casa do Alex.

Na Amanda, mantivemos o cardápio de frutos do mar, mas como o marido dela gosta muuuuuuuuuuuuuuito de queijo, tínhamos na churrasqueira diversos queijos no palito. DELÍCIA!

Voltamos aqui pra casa, quarta de cinzas, macarrão aos quatro queijos, camarão na churrasqueira, a tal, vinho pra queijos, etc, etc, etc.

Na segunda, TRADICIONAL bloco das piranhas da Vila Pereira, até brinquei, mas já estava preocupada com o Otto, que ficou na casa da vovó, vou explicar porque.
Por conta de uma tosse insistente e na noite de segunda de carnaval teve febre, assim que cheguei do bloquinho, minha sogra me disse...acabei de dar novalgina.
E depois disso, quarta na Unimed, quinta na creche regurgitou o remédio pra febre, consegui consulta de encaixa com a Ped, resultado, pulmão cheio. Antibiótico.
Na volta da consulta, dei janta e quando estava dando a sobremesa Otto se engasga com a secreção e ficou roxo querendo colocar tudo pra fora (QUASE MORRI) e colocou. Depois disso, colocou muita secreção pra fora, pelo nariz. E na hora da mamadeira, foi o mesmo problema, aff.

Bom, sigo cuidando do pequeno.

Abaixo a foto da churrasqueira pra camarão daqui de casa.